BEM-VINDO AO MEU BLOG!

Aqui no meu blog você vai achar dicas de Computer Music, especialmente de Pro Tools, Reason, Live, áudio profissional e Homestudio. Alguns trabalhos artísticos que eu fiz também têm seu espaço. Há muita informação legal nos comentários. Use a caixa de pesquisa logo abaixo para achar um assunto que você está procurando.

Boa navegação!

Curso de Pro Tools aula 4 - Mandadas Auxiliares

Mande tudo que merece para aquele lugar!
Já falei isso antes e repito: Mande, em caráter definitivo, aquele pedreiro enrrolão para o mundo das almas amaldiçoadas, o fabricante de tintas de parede vagabundas que soltam ao primeiro sinal de chuva para o espaço além plutão, o árbitro que apitou o pênalti cometido pelo jogador do seu time para a quarta dimensão e em regime ad eternum (mesmo que ele esteja certo!) e aquelas cartinhas contendo números pequeninos que chegam em casa todo começo do mês deixando-nos mais pobres, todas de volta aos seus próprios remetentes.

Infelizmente, pelo Pro Tools não conseguimos fazer isso, pois o software DAW rei permite apenas o tráfego de áudio. Pena. Mas já que mencionei o fato, vamos explorá-lo, abstraindo que o pedreiro virá na segunda-feira, que a tinta embolotada continua parcialmente na parede, que o árbitro está sempre equivocado em situações que desfavorecem nosso time e que as contas nunca pararão de chegar em enormes quantidades e em valores sempre superiores ao que recebemos em sina eterna ou até o explodir do universo.

No Pro Tools o sinal entra e sai. Óbvio isso, mas podemos escolher mandar o sinal que entra ou que sai passar antes por outro lugar. Isso pode ser feito via manda auxiliar ou subgrupo; vamos pensar juntos em quais situações isso faz sentido.

Imagine uma sessão contendo várias pistas de bateria além de outros instrumentos concorrentes. Se você precisar baixar o sinal de todos as pistas da bateria proporcionalmente, mas manter o sinal da guitarra como está, por exemplo, é uma boa ideia trabalhar com subgrupos, funciona assim: O sinal das pistas da bateria vão para uma outra pista e depois para o canal master, assim fica fácil abaixar o som da bateria sem alterar o som da guitarra. Daqui a pouco a gente vê como faz isso.

Imagine agora que há três pistas em uma sessão sessão, duas de voz e uma de piano, mas só as vozes precisam de reverb. Insertamos então um plug-in de reverb em cada pista de voz? Óbvio que não! Criamos um pista extra, inserimos um reverb nesta e fazemos uma mandada auxiliar das pistas que precisam de reverb para o pista onde está o reverb, economizando processamento e dando margem para quem mais precisa de reverb no futuro. Daqui a pouco a gente vê como faz isso também.

Imagine que você precisa de uma mixagem de fone de ouvido para o vocalista que quer mais voz e nada de guitarra e outra para o guitarrista que quer mais guitarra e nada de teclado. Típico. Mesma coisa: Manda auxiliar. Agora adivinha? Daqui a pouco a gente vê como faz isso.

Outro pensamento: Imagina que você tem um subwoofer conectado na saída 3 da sua interface de áudio. Como controlar o volume dele sem entrar embaixo da mesa? Fazendo uma mandada auxiliar de todas as pistas para a saída 3 e usando um Master Fader no Pro Tools para controlar o seu volume.

Pronto, vamos ver agora essas coisas todas começando pela última, assim já entendemos o conceito de Master Fader único do Pro Tools.

Primeiramente, não precisamos obrigatoriamente criar um Master Fader em todas as sessões de Pro Tools, mas é uma boa prática, por vários motivos.

O primeiro é que todas as pistas somadas, quando roteadas para as mesmas saídas, como as tradicionais 1 e 2, por exemplo, acabam aumentando a intensidade de sinal que sai por estas saídas e, se não tivermos um Master Fader representando essas saídas pode ser que estejamos produzindo uma mixagem com sinal clipado, ceifado, achatado, com a horrenda distorção digital. Outro fato é que se quisermos abaixar o volume de todos as pistas que seguem para as saídas 1 e 2 proporcionalemente fica muito mais fácil e seguro com um Master Fader, em vez de criar um grupo de mixagem e abaixar todos os faders proporcionalmente que iriam comer bits por utilizar menos resolução no mix bus, depois explico isso em uma outra oportunidade.

Pronto, agora você sabe porque o Master Fader não tem Input, apenas Output. Isso mesmo, ele representa apenas as saídas físicas, portanto se você tem algo saindo na saída 3 de sua interface, como um subwoofer, por exemplo, crie um Master Fader, defina a saída deste como sendo a saída 3 e pronto. Pronto nada, tem que rotear todos os sinais da sessão também para a saída 3 e só assim você terá um fader de volume dedicado para controlar os subgraves, assim ó:

Em uma sessão empírica criada por mim, que só tem pistas de áudio vou ao menu track e escolho New. Em seguida digito o número 1 na caixa Create, que indica a quantidade, escolho o formato estéreo o o tipo Master Fader. Sem delongas clico o botão OK. Vai ficar algo parecido com a figura abaixo:


Fig 1 - Nessa figura o Master Fader controla as saídas 1 e 2, portanto para abaixar o volume geral da sessão use-o e mantenha o fader da pista o mais alto possível, antes de clipar né!

Agora vá novamente ao menu Track, escolha a opção new e preencha com os seguintes dados: 1, Mono, Master Fader. No Master Fader  novo defina a saída como sendo a saída 3. Vai ficar algo assim:


Fig 2 - Fader Master para a saída 3, mas sem som ainda.

Perceba que agora precisamos mandar o sinal de todos os canais para a saída 3 também, que é onde está o subwoofer. Existem várias maneiras de fazer isso, mas a que eu mais gosto é assim:

Segure a tecla Control (Mac OS X) ou Start (Windows) no teclado, clique na caixa de saída de uma pista e selecione o item Output > Out 3 (mono). Perceba agora que o nome presetne no seletor de saída da pista ganhou um +. Isso significa que o sinal está indo para as saídas 1 e 2 e também para outro lugar ao mesmo tempo e em mesma intensidade, nesse caso, para a saída 3. Repouse o mouse sobre o seletor para ver a caixa de diálogo explicando isso.


Fig 3 - Uma pista com o sinal indo para as saídas 1, 2 e 3 e a caixa de diálogo explicando isso direitinho. Perceba o ícone + no seletor de saída.

Faça isso em todas as saídas e dê Play, agora o som sai nos monitores e no subwoofer. Aproveite e clique o nome do segundo fader e digite Sub.


Fig 4 - Controle de volume para os monitores e para o Sub de dentro do Pro Tools. Ótimo para quem tem a tecla Masters na superfície de controle.

Divertido né? Agora vamos fazer um subgrupo, mas antes vou explicar porque ele tem que ser do tipo auxiliar.

Infelizmente no Pro Tools a quantidade de pistas de áudio que podem ser tocadas simultaneamente não é infinita como na maioria dos software e não me pergunte o porquê. Esse número é finito e a quantidade depende da versão de Pro Tools. Sendo assim, se utilizarmos uma pista de áudio como subgrupo estaríamos roubando uma voz ativa e talvez falte na hora de gravar aquela pista extra de guitarra. Mas, para o bem geral da nação, as pistas do tipo auxiliar não ocupam vozes ativas, então, por esse motivo é que vamos utilizar pistas auxiliares para acomodar subgrupos.

Vá ao menu Track > New e popule a caixa flutuante com os seguintes detalhes: 1, Stereo, Aux Input. Uma pista auxiliar aparece na janela de mixagem.

Agora, no seletor de entrada da pista auxiliar (onde aparece no input) eu vou escolher a opção Bus > Bus 1-2. Pronto. Esse é o barramento 1 e 2 e que nada tem a ver com as saídas 1 e 2, mas sim com o que está definido no setup I/O. Já falei sobre isso, revise! Agora vou definir a saída da pista auxiliar para as saídas 1-2 e também para o sub, utilizando a técnica que expliquei acima alguns minutos atrás. Aproveito e mudo o nome da pista para Synth, pois sou metade gringo.

Na minha sessão até aqui tenho um piano microfonado em estéreo na primeira pista, um Moog Sub Phatty passando por um Lexicon MPX 1 transformando o sinal de mono em estéreo, um sintetizador digital Roland SH-201 estéreo ligado direto e um outro sintetizador simplinho, mas muito simpático da Korg, o Volca Keys, passando por um pedal TC Hall of Fame que transforma seu sinal de mono em estéreo, porém antes de entrar no pedal passa por um casador de impedência Radial JCR Studio Reamper e depois do pedal por uma direct box Whirlwind HotBox. Cada um em entradas independentes em minha MOTU. Todas as pistas do Pro Tools estão indo para as saídas 1 e 2 e também para o sub, mas agora quero mandar os sintetizadores para um subgrupo, esse novo que criei instantes atrás. Clico então no seletor de saída de cada um destes e escolho a opção Bus > Bus 1-2 estéreo, que coincidentemente é a pista auxiliar que acabei de criei segundos atrás, se você foi rápido na leitura.


Fig 5 - Piano indo para o Master Fader 1-2 e para o subwoofer. Sintetizadores indo para o subgrupo (auxiliar BUS 1-2) e dalí para o Master Fader 1-2 e para o subwoofer.

Estude mutio bem essa sequência de imagens acima e veja que isso cobre muita coisa que fazemos em estúdio, mas faltam duas técnicas essenciais para aprender ainda hoje, vamos lá:

Agora eu decidi que preciso colocar um plug-in de reverb para atender ao Piano, mas pode ser que no futuro eu precise que outros instrumentos utilizem esse mesmo plug-in, então em vez de insertar ele direto na pista do piano eu vou usar uma técnica de mandada auxiliar; para fazer o mesmo siga os procedimentos abaixo:

Vá ao bom e velho menu Track (a essa altura você deveria estar utilizando o atalho Shift+Control+N (OSX) ou Shift+Start+N (Weirdows)). Escolha 1, Stereo e Aux Input. No seletor de entrada da pista recém criada escolha a opção Bus > Bus 3-4 (Stereo). Clique seu nome e digite Reverb. Em um slot de insert clique e escolha Multichannel Plug-in > Reverb > Air Reverb. A janela do plug-in abre. Veja que o botão MIX está totalmente à direita evidenciando que o plug-in está com um preset certo. Aproveitei e mande o sinal dessa pista para o sub também (você sabe como).

Agora na pista do Piano, no primeiro slot de Send (mandada em inglês), selecione a opção Bus > Bus 3-4 (Stereo). OBS: Não confunda com um slot de insert. Um fader aparece. Esse fader vai dosar a quantidade de sinal que irá ser remetido ao Bus 3-4, exatamente onde está o plug-in de reverb, sem alterar o sinal que está sendo enviado às saídas 1 e 2 e também ao sub. É tipo um cabo Y. Aumente o fader, veja e ouça o resultado.


Fig 6 - Pista de piano com sinal indo para as saídas 1 e 2, ao sub e um pouco indo ao reverb que está insertado na pista auxiliar, que por sua vez segue às saídas 1 e 2 e também ao Sub.

Muito bem! Agora uma dica elementar. Quando solamos uma pista para ouví-la sem interferência das demais queremos ouvir o som dela junto com os efeitos que estão processando-a, nesse caso então segure a tecla Command (OSX) ou CTRL (Ruíndows) e clique o botão de solo da pista onde está o Reverb, ele fica esmaecido e não será afetado se algum outro botão de solo for apertado, deixando passar o sinal inalterado, isso chama-se solo safe. Volte e reveja a figura 6.

Muito bem, técnica derradeira agora: Via de fone com mixagem independente.

Obviamente você pode e deve usar a saída de fone de sua interface de áudio, assim você já tem uma saída mixada da sessão para quem quiser, mas sempre vai ter alguém que vai querer uma mixagem diferente, sem alguma coisa e com outra mais alta, geralmetne essa coisa mais alta é ele mesmo. Para tal vamos utilizar essa última técnica que você viu acima com alguns twists. Siga...

Crie um novo canal auxiliar e defina a saída dele como sendo um par de saídas físicas que ainda não estão em uso, aqui no meu caso as saídas 5 e 6. Ligue estas em um aplificador de fone e neste o fone de ouvido que vai receber a mixagem diferenciada. Coloque o seletor de entrada dessa pista auxiliar como sendo um Bus também sem uso, coincidentemente escolhi o 5 e 6, mas não tem nada em comum com as saídas, a não ser o número. Tem gente que gosta de fazer via de fone em mono e até tem explicação para isso, mas eu gosto em estéreo porque sou tecladista, então se você quiser usar mono, fique à vontade e faça diferente.


Agora no segundo slot de mandada auxiliar de cada pista da sessão defina outra mandada para esse Bus novo, o 5 e 6. Agora, dependendo da versão de Pro Tools que você tem, vá ao menu View, escolha a opção Expanded Sends e escolha Sends B, assim fica um pequeno fader no próprio channel strip de cada pista da sessão que irá facilitar a mixagem da via de fone, caso você não tenha uma superfície de controle com moving faders e botão Flip, como a S3, por exemplo. Veja abaixo como ficou.


Fig 7 - Tudo que vimos anteriormente e mais uma via de fone especial com mixagem única.

É isso! Mandadas auxiliares e subgrupos. Fáceis de entender e de executar. Agora o difícil é ter desprendimento para mandar coisas e aqueles que realmente merecem para aquele lugar fatídico. Respire fundo! Conte devagar: - 1, 2, 3... Pratique seus pranayamas e volte ao Pro Tools que dá mais jogo, excetuando quando aquele juiz equivocado não quer. Que vá!


Abração e até a próxima!

Curso de Pro Tools aula 3 - Monitoração

Ouço, logo existo.
Se Descartes fosse músico teria dito essa frase.
Talvez, se realmente músico fosse, teria pensado: Toco, logo existo; mais apropriado seria.
Todavia, como não existe o tocar sem o ouvir, ambas são verdadeiras e ainda sem dono, portanto faço-as minhas.

Ouvir, para nós músicos e técnicos da arte do áudio tem um nome técnico: Monitorar. Por isso que chamamos aquelas caixinhas de som simpáticas nos estúdios de monitor, assim como aquelas nas frentes dos palcos voltadas para os músicos, que aliás, estão cada vez mais raras, perdendo espaço para a monitoração in-ear. Algumas vezes essas caixinhas de palco recebem também nome vernacular: retorno, similar ao foldback em inglês. Os DJs preferem usar o termo Cue, para designar o que ouvem particularmente seus fones. Fato é que esse "ouvir" é tudo a mesma coisa.

Para nós, músicos e técnicos, monitorar é ouvir. Com discernimento, acrescento.

Durante edições, em toda performance musical e principalmente durante sessões de gravação precisamos ouvir o que estamos executando (gravando). Há dois jeitos de ouvirmos o nosso "retorno": antes de passar pelo Pro Tools ou depois. A vantagem de usar a monitoração antes de passar pelo Pro Tools é que não há atraso (latência), pois estamos ouvido o sinal de áudio que não passa pela conversão AD-DA nem pelo sistema e trafega livre pelo "ar" daí que vem o termo monitoração via ar. Por outro lado, fazer a monitoração passando pelo Pro Tools nos dá a oportunidade de colocar um efeito, como um reverb, por exemplo. Muito comum nos estúdios menos abastados, sem periféricos.

A monitoração direta (via ar) que estávamos falando primeiro também é conhecida como Direct Monitoring. Essa é mais comum nos estúdios de médio para grande porte, especialmente naqueles que têm ao centro um console de mixagem. Se você tem uma destas mesas maravilhosas você provavelmente já está ouvindo o som antes que ele chegue no Pro Tools, monitorando-o ela própria mesa. Nesse caso, ao criar-se uma pista no Pro Tools (para que receba o som que se está gravando), essa obrigatoriamente deve ser mutada, para que não seja dobrada a volta da monitoração, criando um efeito do tipo Chorus/Franger, devido ao artifício tipo filtro pente criado por causa do atraso referente à latência que é aplicada ao sinal que passa pelo Pro Tools que soma aquele que não passou.

Sendo assim, um recurso profissional é desacoplar o fader de input do fader de mixagem abaixando-o totalmente, cortando a monitoração. Vou explicar melhor: Quando ativamos uma pista para gravar no Pro Tools automaticamente o fader da pista deixa de ser o controle do volume de mixagem e passa a ser o controle do ganho de monitoração, mas nem percebemos isso porque ambos esses faders estão acoplados, movendo-se juntos, mas podemos desacoplá-los. Basta visitar o menu Setup > Preferences, clicar na guia Operation e, no campo Record, desabilitar a função Link Record and Play Faders. Desse jeito, ao habilitar uma pista para monitoração você entra em modo de controle de monitoração e pode abaixar o fader totalmente, quando desligar o botão de gravação da pista o fader pula de volta para o controle de mixagem. Voilá!

FIG 1 - Houston, preparar desacoplamento de faders...

Quem tem estúdio de pequeno porte geralmente usa a monitoração via software, passando o sinal de entrada pelo Pro Tools, processando-o e mandando-o para as caixas - monitores, devo dizer. Essa rota permite o uso de plug-ins insertados diretamente nas pistas ou em canais auxiliares, principalmente reverbs para os vocalistas. É muito mais confortável para o vocalista cantar com se estivesse na Sacre Coeur. Principalmente na década de 1980!

Bom, nesse caso, primeiro há de se verificar se o botãozinho da interface de áudio de mixagem de sinal (caso exista) está totalmente em software. Botãozinho este presente em muitas interfaces do mercado, como a ultra tradicional e candidata à interface cult do ano (de 2007): M-Audio Fast Track Pro.


FIG 2- Detalhe do botão MIX da M-Audio Fast Track Pro. Quando na posição IN o sinal de entrada passa diretamente para as saídas (Direct Monitoring); quando em PB (Playback) o sinal de entrada passa antes pelo software, depois segue às saídas (Software Monitoring).

A condição para usarmos a monitoração via software é passar o sinal pelos conversores AD e DA e pelo software, incluindo nesse processo a latência do sistema, que pode ser regulada para que o sinal de entrada seja ouvido o mais rápido possivel, de preferência instantaneamente. Vamos fazer isso agora:

Vá ao menu Setup > Playback engine. O campo H/W buffer Size cuida da latência do sistema. Quanto menor esse número for mais rápido o sinal passa pelo computador e a sensação de atraso some. Valores bons são em torno de 128. Abaixo disso podem ocorrer estalinhos no áudio, indicando que o buffer está pequeno demais. Se isso acontecer suba para o próximo valor. A Track 16 da MOTU que estou usando ra essa matéria suporta até 32, rápido como o raio, mas o computador tem que ser bom. A contrapartida disso é que quanto menor é o buffer, mais computador você precisa, então sessões muito grandes de mixagem não conseguem rodar direito com buffersizes muito baixos. E daí? Latência não faz sentido na mixagem, portano ao gravar use o menor buffersize possível e para mixar o maior possível, pois latência pouco importará nessa hora e vai liberar ricos recursos para mais plug-ins.


FIG 3 - Buffersize de 32 na MOTU, duvido que alguém consiga perceber a latência. Se alguém disser que percebe, é mentira ou é um osciloscópio.

Se você é do tipo cricri sobre latência fique feliz, pois existe a opção low latency monitoring. que a reduz ao mínimom porém com algumas condições: Vá ao menu Options e cique a opção Low Latency Monitoring para ativá-la. Essa funcionalidade só estão presentes para alguns sistemas com interfaces da Avid ou aquelas que tem mixer DSP, como as RME Fireface, por exemplo. Somente pistas com saídas físicas podem se beneficiar da Monitoração de baixa latência, sendo assim plug-ins isertados nestas e mandadas auxiliares não funcionam. Pontanto, use esse recurso apenas em situações extremas.

Já que estamos agora monitorando via software que tal criar uma pista e insertar um reverb nela?
Ótima ideia!

Use o atalho Shift + Command + N (OSX) ou Shift + CTRL + N (Win) e crie uma pista de áudio, simplesmente aperte Return (ou enter).
Na Mix Window, em um slot de insert (Caixas Insert A-E) clique, escolha Plug-in > Reverb > Air Reverb. A janela do Plug-in abre. Clique o botão de habilitação de gravação da pista e fale ao microfone: - Alôoooooooooooooo, alôoooooooooooo, testandoooooooooooooooooo.
Perceba que esse reverb está insertado no canal, mas não deveria, melhor seria insertar em um canal auxiliar, mas daí estaríamos vendo a próxima aula, sobre mandadas auxiliares. Isso é verdade, pois o ajuste de dry/wet do reverb está totalmente em WET, posição normal de efeitos insertados em mandadas, então, como insertamos no canal, vá até a janela de plug-in e mova o botão MIX para uma posição mais confortável (para à esquerda), deixando passar mais som direto do que processado.


FIG 4 - Plug-in de reverb insertado em uma pista. Não faça isso, mas se fizer ajuste o botão MIX.

Agora uma das chatices do Pro Tools: O Pro Tools tem duas maneiras "oficiais" de acomodar a monitoração via software, a Input Monitoring e a Input Only Monitoring, definíveis no menu Track.

Para que a opção Input Monitoring esteja habilitada, no Menu Track aparece a opção Input Only Monitoring. Economia besta de espaço em menu, mas tudo bem, a gente acostuma. Felizmente, para ajudar a compreensão, um LED verde aparece aceso ao lado do botão de gravação na janela de transporte quando a opção Input Only Monitoring está ativa.

Até aqui tudo bem, mas na funcionalidade Auto Input Monitoring o Pro Tools permite passar o sinal de entrada da pista habilitada para gravação enquanto o botão de gravação da pista estiver ativado e a sessão parada. Ao dar play ouve-se apenas a monitoração, mesmo que haja sinal de áudio já na pista. Não é necessário desabilitar o botão de gravação da pista para ouvir o que foi gravado na pista durante o play.
                 
Já na opção Input Only Monitoring o Pro Tools sempre monitora o sinal de entrada e apenas torna possível ouvir o sinal que está na pista quando deselecionamos o botão de Rec desta.

Graças aos bons engenheiros da AVID, podemos fazer a Monitoração via auxiliar para resolver o dilema de como gravar na mesma pista ouvindo a monitoração e o que está na pista ao mesmo tempo, funcionalidade comum em outros softwares. Como esses dois modos "oficiais" inviabilizam gravar e escutar na mesma pista usamos a técnica da monitoração em pista auxiliar. Vamulá:

Crie uma pista auxiliar.
Nesta defina a mesma entrada da pista na qual queremos gravar. Só isso!
Ao fazer esse procedimento a pista auxiliar passa a monitorar o mesmo sinal da pista onde a gravação irá ficar. Que tal colocar o reverb nessa pista? Pense bem...O que acontece ao dar play?


FIG 5 - Monitoração auxiliar. Detalhe para a mesma definição de entrada, tanto na pista auxiliar quanto na pista de áudio.

Na próxima aula, conforme eu já deixei passar, vamos estudar as mandadas auxiliares; com elas vamos fazer o roteamento de sinal de forma mais apropriada para plug-ins, subgrupos e usá-la para fazer mixagem de fone de ouvido com vias independentes.


Um abração e até lá!